O amor é a rotina que não cansa.



O amor que ele sente por mim, aquele impresso em meus pelos, é o que me faz levantar de manhã sem meu tradicional mau humor, conseguir sorrir sem piada alguma e me achar linda mesmo descabelada e com a cara toda amassada. Meu coração, antes dele e de seu par de sobrancelhas, era fechado a sete chaves como um porão ou um abrigo para alguém que tentava fugir de toda a devastação que um sentimento tão grande nos causa. Não havia senhas, passwords ou códigos que me faziam abrir um sorriso vermelhada mente apaixonado. Mas com ele, me abro mais do que uma flor na primavera apenas com sua digital carregada pela ponta dos seus dedos ao encostar levemente em qualquer parte do meu corpo, principalmente em minha cintura, minha nuca, meu lóbulo da orelha ou meu queixo.


E ali, há menos de dez minutos de ter despertado, ele já se desenha como o homem mais bonito do mundo, mesmo com olhos zonzos, barba gritante e sem trajes de gala ou coisa assim. Ele não me diz “bom dia” por não saber falar quando está com sono. Mas me dá um beijo na testa e um abraço apertado, afastando qualquer tipo de pesadelo que eu possa ter tido longe dele. Diz que não gosta de me beijar a boca quando acorda por todas as horas que dormiu de boca aberta, babando ao meu lado e criando aquele tradicional bafo matinal. Tem medo de que eu perca o encanto por seus beijos.

Levantamos juntos. Enquanto eu vou tomar banho – já que eu demoro mais para me arrumar – ele faz xixi, lava o rosto e prepara algo simples para comermos pela manhã. Faz umas bisnaguinhas com queijo branco, um suco de qualquer coisa e nossa pequena mesa da cozinha já está linda com todos os nossos gostos cotidianos. Vou me arrumar e ele corre para o banho. Reclama do chão todo molhado de sempre, mas depois esquece e, agora, me dá um beijo decente na boca com gosto de pasta de dente.





Conversamos sobre os afazeres do dia. Quem sair mais cedo do trabalho, busca o outro. Talvez, um cinema no Odeon ou um jazz na Lapa. Mas termos que passar no supermercado porque acabou o arroz. Aproveitar, também, para comprar mais laranjas e iogurtes. Entramos no metrô e pegamos linhas diferentes. Embora façamos isso todos os dias, há sempre uma novidade nos detalhes que me faz acordar com mais anseios de viver as surpresas que ele tem para me proporcionar. Um suco novo. Um beijo novo. Uma pasta de dente nova. Uma reclamação diferente. Porque o amor é a rotina que não cansa. A chama que não apaga. Amor é sempre ter calma, alma, cama e beijos para quem a gente ama.

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