Saudades de um passado ai.


Eu não consigo deixar de pensar o que seria das nossas vida se... O que seria das nossas vidas se. Eu sei que tudo aconteceu como tinha que acontecer, mas quando eu lembro de você sentado naquela cama chorando, eu me pergunto se, no fundo, eu não fui bem imatura.

Eu não sou mais aquela menina. Eu não tinha idade ou experiência pra entender o que acontecia... e talvez eu projete tudo isso, tantos e tantos anos depois, porque as noites andam vazias e sem lua, e eu me pergunte o que acontece com você do outro lado do país. Porque você nunca disse eu te amo com palavras... mas roubou os peixinhos vermelhos do restaurante espanhol porque eu disse que eles eram bonitinhos e saiu correndo com cara de garoto maroto. Porque você foi buscar casquinha de baunilha, no meio da madrugada, porque eu disse que estava com vontade. E me deu de presente meus melhores dias por aí. Porque você cuidava de mim e me disse pra não beber nada alcoólico porque podia fazer mal, apesar de eu ser impositiva e sempre fazer tudo sozinha.




Porque eu também não sabia que eu te amava. Mas eu amava o seu gato... e adorava a sua mãe.

Dez anos depois, a lembrança disso tudo ainda é bem esquisita. Não existe mais história, não existe mais amor, não existe mais aquele você e aquele eu lá de trás. A gente cresceu, o tempo passou e... e. Eu nunca achei que você se importasse. Eu nunca achei que você se importasse.

E como você nunca gritou pra impedir minha volta, eu voltei. E o mundo girou, e girou. Mas eu ainda me lembro daquela manhã no centro de São Paulo e do suco de laranja. Eu ainda me lembro dos seus olhos azuis e da camisa mostarda... eu ainda me lembro da possibilidade. Eu ainda me lembro do instante em que tudo parecia possível. Em que toda a felicidade parecia possível. E de como você era lindo. Lindo... Lindo! E de como eu fui incrivelmente feliz... ali.

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